A incontinência é uma condição embaraçosa que muitas vezes é difícil para uma pessoa lidar e aceitar. Muitos idosos tentam ignorar a situação e continuar normalmente com as suas vidas, mas existem alturas em que esta conversa vai ter que acontecer. Existem formas de incentivar o seu pai ou a sua mãe a lidar com o problema, mas é preciso paciência, compreensão e compromisso de defender a dignidade do seu familiar.
Retire a palavra fralda do seu vocabulário
“ O meu pai não usa fraldas para adultos e isto deixa-me maluca!”
Esta é uma queixa comum dos cuidadores cujo seu familiar sofre de incontinência e eu concordo totalmente. No entanto, esta frase tem uma palavra muito importante e que se destaca: fralda! Uma sugestão que deixo aos cuidadores quando forem abordar este assunto sensível é pensar cuidadosamente sobres a escolha das suas palavras. Os idosos muitas vezes se revelam contra a palavra “ fralda” como um adulto de qualquer idade o faria e por boas razões. Esta palavra implica uma peça de roupa usada por um bebé ou uma criança que ainda não sabe ir à sanita. Qual é o adulto que aceitaria gentilmente essa palavra aplicada a ele? Pense sobre isso. Se é uma mulher de meia idade e já teve filhos, provavelmente pode ter sofrido de incontinência temporariamente após o parto e ao tossir, espirrar ou rir a urina vazou. Talvez até tenha usado um protetor nas cuecas na altura por precaução. Como é que se sentiria se o seu marido se referisse a essa proteção como fralda? As fraldas estão associadas aos bebés.
Nenhum adulto, independentemente do nível de incapacidade física ou mental, deve ser tratado como se fosse um bebé. O envelhecimento e as condições relacionadas com a idade já são fatores suficientemente que retiram aos nossos familiares grande parte de sua independência e dignidade. As nossas escolhas de palavras e tom de voz podem não parecer tão importantes, mas comunicar e prestar cuidados de uma maneira que ajude nossos familiares idosos a sentirem-se dignos é um fator de mudança quando se trata de promover a cooperação e aumentar a sua auto-estima.
Pense em alguns nomes alternativos e faça-o com uma palavra respeitosa e terá ultrapassado o primeiro passo para conseguir que um idoso use proteção contra incontinência. Use palavras como protetores, cuecas protetoras, o nome da marca do produto, ou outras que possa se lembrar e achar melhor para um bom entendimento com o seu familiar.
Consulte um especialista
Alterar apenas as palavras que usa não resolverá completamente o problema. Quando a incontinência se torna efetivamente um problema é mportante consultar um médico para perceber o que se está a passar. Pode ser causada por algo simples, como uma infeção urinária, ou bexiga hiperativa, ou por um problema subjacente mais sério, como problemas da próstata no caso dos homens ou disfunções do pavimento pélvico no caso das mulheres. Por isso, é importante consultar o médico para despistar o problema e perceber o que deve ser feito para ajudar a controlar a incontinência.
Lidar com a negação
Se o seu familiar está pleno das suas capacidades e em relação a este assunto da incontinência pretende ignonar ou negar, tente apelar ao seu senso de vaidade. Certamente, a incontinência é muito difícil de aceitar. No entanto, se puder convencer o seu familiar de que é muito mais embaraçoso cheirar a urina porque não usa proteção adequada, pode conseguir chegar a algum lugar. Comprometa-se a pensar com ele uma solução confortável, absorvente e discreta que lhe permite manter a sua dignidade, aumentar a sua independência e evitar os odores. O problema da incontinência leva a que alguns idosos não se sintam confortáveis em convívios por exemplo, e começam a sair menos. O isolamento social não é benéfico e não tem sequer que ser assim, pois hoje em dia já existem vários produtos no mercado confortáveis que podem ser utilizados.
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